sexta-feira, 8 de abril de 2011

Homônimo de criminoso de Realengo vira alvo na internet

No dia em que Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, chocou o Brasil por provocar uma das maiores tragédias já vistas no país, um auxiliar administrativo de nome parecido e também morador da zona oeste do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, passou a ter seu perfil no Orkut caçado por internautas que achavam se tratar do perfil do autor do crime. O motivo da confusão: Wellington Basílio de Menezes, 32 anos, tem um perfil em que não aparecia seu segundo nome. Por causa da coincidência, mesmo desmentindo ter algum envolvimento com o massacre, ele está sendo chamado de assassino.

Wellington conta que, no momento do crime, aguardava a filha que fazia aula de balé e acompanhava, horrorizado, as notícias pela TV. “Levei um susto quando vi o nome do assassino, mas fiquei tranquilo ao saber que havia uma pequena diferença no final”, lembra. Ao chegar em casa, no início da tarde, o auxiliar administrativo surpreendeu-se com mensagens de acusação vindas de desconhecidos.
O link de seu perfil havia sido divulgado por inúmeros internautas como sendo o do rapaz que atirou contra as crianças em Realengo. Wellington apressou-se em destacar que não era o assassino. “Estou entrando em todas as comunidades que citaram meu nome e pedindo para tirarem, mas os irresponsáveis não querem mudar e continuam me acusando”, relata. “Não vou sair do computador enquanto não falar com todo mundo.” Ele ainda se disse chocado com uma curiosidade: depois da confusão, o número de pessoas pedindo para adicioná-lo triplicou - a maioria do sexo feminino. "Parece a história das mulheres que mandavam cartas de amor ao Maníaco do Parque", lamenta.

Como o álbum de fotos e os dados pessoais de Wellington Basílio de Oliveira estavam fechados para desconhecidos, não havia como saber se era o rapaz de Realengo. Apesar de Basílio de Menezes ter olhos verdes que o diferenciam nitidamente do assassino, em sua página o auxiliar administrativo aparecia de perfil e olhar baixo

Outra característica que levantava a dúvida era sua religiosidade. Na carta deixada antes de morrer, Wellington Menezes de Oliveira, o assassino, faz diversas menções religiosas fundamentalistas. Entre as comunidades das quais o auxiliar administrativo de Jacarepaguá faz parte, estão “Brasileiros em Jerusalém”, “Judaísmo x Cristianismo”, “O fim dos tempos está próximo” e “Judaísmo Messiânico”.

Wellington explica que é evangélico e entrou nas comunidades para pesquisar sobre o judaísmo. “E realmente creio que esteja perto do fim dos tempos por causa das coisas que estão acontecendo no mundo. Só que pode ser hoje à tarde ou daqui a 90 anos”, esclarece.

O auxiliar administrativo relata que ficou muito abalado com a confusão, principalmente porque ainda se recupera de uma cirurgia em que extraiu um tumor, há um ano e três meses. “Algumas pessoas pediram para eu mudar meu nome no Orkut, mas não vou fazer isso, senão vou estar dando munição para esses irresponsáveis que querem se aproveitar da desgraça dos outros”, reclama. "Essa criatura que entrou no colégio é um monstro, não há outra palavra no dicionário que possa defini-lo".

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